sábado, 31 de agosto de 2013

O QUE FAZ UM MÚSICO



De acordo com Roberto Bueno, secretário-geral da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) e presidente da regional São Paulo, hoje o país tem cerca de 600 mil pessoas vivendo da profissão. "Mas só cerca de 5% dos músicos, independente de ter faculdade ou não, ganha o que quer e quanto quer, porque já chegaram nos pícaros da glória", diz.
Bueno cita como exemplo a dupla de música sertaneja Chitãozinho e Xororó, dois dos músicos mais famosos do Brasil, que não têm formação formal na área.

MÚSICA

Ele explica ainda que outros 5% dos músicos brasileiros têm salário fixo e direitos trabalhistas assegurados porque trabalham em orquestras ou como professores universitários, por exemplo. Outros 5%, segundo ele, são donos de bandas de música, escolas livres ou conservatórios, e também conseguem sobreviver disso. Os demais 85% da categoria atuam como autônomos. Os sindicatos mantêm tabelas de preços dos cachês, mas nem sempre elas são seguidas, diz.

Carteira profissional

Para exercer a profissão, não é necessário ter diploma de curso superior na área, mas a lei 3.857 de 1960 exige que o músico tenha uma carteira profissional emitida pela OMB para se apresentar. Existem quatro categorias diferentes de carteira (veja lista ao lado), e apenas uma delas - a de músico prático - impede o profissional de dar aulas em cursos de ensino superior ou em conservatórios credenciados pelo Ministério da Educação.

De acordo com Bueno, os músicos devem assinar contratos com as casas de eventos e show para garantirem o recolhimento de impostos, mas, em 2011, a regional paulista da OMB realizou cerca de 900 fiscalizações a bares e encontrou irregularidades em 362 delas.

Vestibular exige formação básica

Quem atua na área afirma que a carreira de um músico tem semelhanças como a de um médico. "Quando você estuda medicina e quer ser cirurgião plástico, você não vai estudar cirurgia plástica. Você faz medicina, depois você escolhe e se especializa em uma ou em outra área", explica Ozeas Arantes, de 58 anos, que toca trompa na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), a principal no Brasil.


A diferença entre as duas carreiras, porém, é que a graduação em música serve como aperfeiçoamento e, no caso da medicina, o vestibulando entra na faculdade sem nenhum conhecimento teórico ou prático. O vestibular para música, além das questões de conhecimentos gerais do currículo básico do ensino médio, também tem uma prova de habilidades específicas que exige formação básica em teoria e prática musical.

Mercado de Trabalho de um Músico

Além de dar aulas em duas escolas, Everton tem sua própria classe particular. Mas, nos intervalos, ele estuda as peças que toca em apresentações com seu grupo, o Quarteto Brasileiro de Violões, que em 2011 venceu o Grammy Latino na categoria de melhor álbum clássico, com um CD de músicas do maestro e compositor Heitor Villa-Lobos. Segundo ele, é difícil que um músico atue apenas em uma área, apesar de hoje a tecnologia ter abertos o leque de opções para o músico.

Áreas de atuação de um Musico

Ele cita, como algumas das áreas onde o profissional pode atuar, além da sala de aula, o cinema e videogames, que sempre precisam de trilha sonora, e os comerciais, para os quais o músico compõe jingles. Com o aquecimento da economia brasileira, Everton afirma que aumentou a demanda por orquestras que tocam ao vivo nos musicais
Quem tem o diploma de bacharel em música também ganha vantagem na hora de ser contratado para acompanhar cantores, principalmente os famosos. Para dar aula na universidade, ele afirma que é imprescindível seguir a carreira acadêmica, com o mestrado e o doutorado.
Ozeas, que é formado pela Julliard School, nos Estados Unidos, e trabalha na orquestra mais prestigiada do Brasil, a Osesp, desde 1977. Ele acompanhou o processo de reestruturação da Osesp, na década de 1990, e afirma que o grande salto de qualidade na profissão e aumentou o interesse dos estudantes. Porém, é necessário muitos anos de prática para alcançar o nível exigido para o trabalho.
Mesmo quem trabalha em um dos empregos mais cobiçados do mercado musical brasileiro, a Osesp, também trabalha em outras frentes. Ozeas afirma que ele e outros músicos da orquestra também dão aulas na Escola Municipal de Música, em São Paulo, além de conservatórios e faculdades. "O músico tem como principal trabalho ser músico de orquestra, mas tem outros trabalhos como aulas, fazer solos, música de câmara... Temos vários solistas que viajam para tocar com outras orquestras", diz.

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